Quem é Daniela Marys, brasileira presa no Camboja que família denuncia ter sido vítima de tráfico humano
19/10/2025
(Foto: Reprodução) Brasileira está presa no Camboja suspeita de tráfico de drogas
A brasileira Daniela Marys de Oliveira está presa no Camboja suspeita de envolvimento com tráfico de drogas. A família denuncia que a prisão é injusta, e que Daniela é vítima de um esquema de tráfico humano. Ela foi para o país no Sudoeste Asiático em busca de emprego. O julgamento da brasileira já deve acontecer esta semana, no dia 23 de outubro.
LEIA TAMBÉM:
O terror vivido por mineiros vítimas de esquema denunciado como tráfico humano e golpe online no Camboja
Daniela Marys de Oliveira tem 35 anos e é arquiteta. Natural de Minas Gerais, ela estava morando na capital paraibana João Pessoa desde novembro de 2024, meses depois da família se mudar para a cidade em busca de melhores condições de vida.
Daniela foi para o Camboja com intuito de trabalhar com telemarketing
Arquivo Pessoal
Segundo a mãe de Daniela, Myriam Marys, a filha fala inglês fluentemente e "não é uma pessoa sem instrução". Até janeiro de 2025, a arquiteta enviou vários currículos para vagas de emprego na internet e encontrou uma que particularmente chamou atenção: uma vaga temporária para trabalhar como telemarketing no Camboja.
Daniela embarcou para o Camboja no fim de janeiro deste ano mesmo contra a vontade da família. Até fevereiro, mãe e filha se comunicavam normalmente através de aplicativos de mensagem online, mas em março a família começou a receber mensagens suspeitas, enviados por supostos golpistas que se passaram pela brasileira.
Ainda de acordo com a família, os golpistas teriam pedido dinheiro para Daniela pagar uma multa de rescisão contratual no trabalho como telemarketing. O valor da multa, US$ 4 mil, cerca R$ 27 mil, foi transferido, mas depois disso Daniela ligou para a mãe e contou que foi detida injustamente por tráfico de drogas no Camboja.
Segundo informações repassadas por Daniela à família, cápsulas de droga foram colocadas no banheiro do local onde ela morava porque ela havia recusado participar de um esquema de golpes na internet. A brasileira foi presa e está em "uma cela superlotada", com cerca de 90 mulheres, ainda de acordo com a família.
Famílias mineiras buscam apoio do governo brasileiro que tiveram parentes atraídos por falsas propostas na Ásia
Daniela está presa há sete meses e deve ser julgada por tráfico de drogas na próxima quinta-feira, dia 23 de outubro. A família da brasileira afirma que ela chegou a adoecer na prisão, e que segue recebendo "respostas protocolares" do Itamaraty, do Ministério das Relações Exteriores.
Brasileira presa no Camboja é vítima de tráfico humano e adoeceu na prisão, diz mãe: 'Só quero que ela volte viva'
O que diz o Itamaraty
Em nota, o Itamaraty disse que "tem conhecimento" do caso. No entanto, não deu detalhes do que está sendo adotado como providência para ajudar Daniela no Camboja.
"A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas", diz a nota.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, em 2024 foi prestada assistência a 63 brasileiros em situação de tráfico de pessoas, dos quais 41 no Sudeste Asiático.
Vídeos mais assistidos do g1 da Paraíba